04 maio 2010

O Tripé

Não, o tripe não é pesquisa, ensino e extensão, mas tem a mesma função do tripé humboltiano na Universidade Pública brasileira. O tripé a que me refiro é o qual o Raiz está montado: a o levante, a pedagogia libertária e a autogestão.

Pronto, lá vem ele de novo! Calma, permitam-me, sem nada de novo no front, tatear a pragmatização de nossa prática tão subjetivada:

O levante é como a pesquisa na universidade, ou seja, é a marca identitária, é o primeiro pé, que permite os demais acontecerem. No Raiz o levante é a essência. Somos o quê? Qual é nossa função social? Essa é a pergunta que nunca pode calar em um projeto verdadeiramente social. Não temos espaço, não temos registro, não temos nada além das pessoas e suas posturas políticas diante a educação popular.

A pedagogia libertária é como o ensino. Trata-se de uma função específica dos que fazem parte do levante. Não é a função primordial da Universidade, não é a função primordial do Raíz. Porém é o que mais se destaca, é o que faz o contato com o mundo exterior, é o que está na linha de frente diante da avaliação do senso comum. O que ensinamos? Por que ensinamos o que ensinamos? E como ensinamos? Nosso processo de ensino apredizagem não tem protagonista e é necessariamente emancipatório. Precisa de muito além do espírito crítico, da consciência sociológica dos processos, dos indivíduos e sua posição no quadro da sociedade, da política em todos os sentidos, principalmente no campo do conhecimento, da ciência, das disciplinas, dos voluntários.

A autogestão é como a extensão, é o que permite por em prática tudo isso, se retroalimentando (e por que não dizer, antropofagicamente) a sermos um levante de educação libertária. É o que nos permite perguntar quem está fazendo o que? E por que? polticamente falando, claro. Trata-se da consciência de nosso papel, de tomar as rédeas, de sermos iguais, metanóicos, sermos a raíz.

E alguém me pergunta sobre um texto que escrevi tem quatro anos: e a horizontalização? E a democracia consensual? Não, não esqueci.

Devolvo em forma de pergunta: como ser autogestor e libertário sem buscar horzontalizar-se? Horizontalização é especulação, não há, nem e pela própria linguagem, sua possibilidade plena. É busca. Nunca seremos iguais em sociedade, e leia o texto "Certas ciladas da igualdade", que publicamos aqui tem uns dois anos! Entretanto, horizontalização é horizonte, deve sempre ser buscada, mas sua intensidade depende de que lugar de nossa historicidade estamos. E como horizontalizar-se sem consenso? E como fazer tudo isso sem ser um levante(ou pesquisa)? Por ai vai.

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